Instantes com Ana Kfouri , professora de expressão corporal do FAMA desde a primeira edição do programa. Sua missão é mostrar aos alunos que o corpo é um grande instrumento de expressão artística. Enviem suas perguntas!
mika:Ana, como surgiu a idéia de criar o Centro de Estudo Artístico Experimental? O projeto deu certo mesmo, não é?
Ana: o projeto deu muito certo e já tem 4 anos. Surgiu da minha vida profissional, porque eu faço teatro de pesquisa, teatro experimental. Sempre tive vontade de lançar um projeto que incentivasse o teatro experimental. Então, surgiu para isso: para a investigação artística. É a arte bem próximo do dia-a-dia das pessoas.
Originalmente você é atriz? Como surgiu o interesse pela expressão corporal?
Ana: Comecei com dança. Essa formação me foi muito importante. Quando comecei fazer teatro, levei meu trabalho de corpo pro teatro. Aí me transformei em diretora, adoro dirigir. Tenho duas companhias de teatro. Estamos encenando, em 'Preguiça', Os Sete Pecados Capitais.
Acompanho seu trabalho há muito tempo e percebo que além da parte prática, você se preocupa com o embasamento teórico de suas atividades. Estou certa?
Ana: Acredito nos dois. A teoria e a prática acabam sempre juntas.
É muito diferente dar aulas de expressão corporal para atores e cantores?
Ana: é diferente e é muito interessante isso. Estou desenvolvendo uma técnica há alguns anos para atores. É uma técnica que tem muita mobilidade. Eu coordeno um curso para cantores. Busco os conscientizar da importância da cena. Eles não devem ficar preocupados apenas com a voz, isso os atores já têm muito. Por isso são bem diferentes. Mas estou aprendendo muito.
aninha: que você considera imprescindível saber para nos darmos bem num palco?
Ana:que pergunta difícil... Primeiro tem que ter muita coragem porque não é fácil estar no palco. O mais bacana tbém é ter a coragem de errar. Nunca ache que você está pronto. A gente sempre aprende alguma coisa.
Já teve algum aluno que você achou que nunca aprenderia? Oq é mais difícil passar para um aluno?
Ana:tem coisa que não se ensina, que é o tempo da pessoa, a vivência... Desculpa, mas é isso. Cada um descobre seus próprios limites.
virginia: Você procura dar umas idéias gerais para os cantores de como eles devem se comportar ou privilegia a personalidade de cada um?
Ana; na verdade, eu dou essas referências e cada um faz do seu jeito. São as duas coisas ao mesmo tempo.
cazuza_forever:se você pudesse dar algumas dicas rápidas para cantores iniciantes, que ainda se sentem inseguros no palco, quais seriam elas?
Ana:trabalhe mais a presença cênica, o corpo, a insegurança no palco, estude muito tbém.
jerusa:Você já teve algum caso de alguém que não parecia levar jeito, mas que se revelou e melhorou muito?
Ana:sim;É essa coisa do elemento humano.
Gosto de cantar mas quando canto sinto que interpreto mais do que canto. Qual deve ser a preocupação maior ?
Ana: não existe isso de preocupação maior. Você tem que saber o que está fazendo. O artista tem que lidar com o que a música pede, o cenário. É um jogo. Não tem fórmula.